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Paralisação de entregadores por aplicativo preocupa empresários do setor de alimentação fora do lar

Acontecendo nesta terça-feira, greve de motoboys de aplicativos de entrega busca reivindicar melhorias para a categoria. FBHA destaca impactos para empresários e público consumidor

 

Nesta terça-feira (29), entregadores e motoristas de aplicativos protagonizam paralisação para reivindicar melhorias em serviços e condições oferecidas por empresas de delivery, como Uber, 99 e iFood. As greves e manifestações acontecem por todo o Brasil.

 

As cidades que participam do chamado “apagão dos aplicativos” são: Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP), Carapicuíba (SP), Salvador (BA), Belo Horizonte (MG), Aracaju (SE), Teresina (PI), Manaus (AM), Recife (PE), Porto de Galinhas (PE), Vitória de Santo Antão (PE), Caruaru (PE), Garanhuns (PE), Petrolina (PE), Porto Alegre (RS) e Curitiba (PR).

 

Segundo os trabalhadores de apps, os recentes aumentos no preço dos combustíveis diminuíram os ganhos com corridas e entregas. Entre as reivindicações estão melhores condições de trabalho, aumento da remuneração das corridas e a luta contra a alta no preço dos combustíveis.  As principais empresas que as greves miram são as maiores dos setores de delivery no Brasil: Uber, 99 e iFood.

 

Os aplicativos de delivery são pauta antiga no setor de alimentação. Para a Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação Fora do Lar (FBHA), o pleito é justo, mas gera discussões calorosas entre os integrantes do setor. Graças às entregas, a maior parte dos empreendimentos de alimentação fora do lar conseguiu manter as portas abertas. E esta tendência só cresce, com clientes cada vez mais ávidos por comodidade e diversidade. Por outro lado, é extremamente discutível, entre os empresários, o monopólio desses aplicativos.

 

“O principal problema dos aplicativos de delivery é a mudança da relação entre clientes e restaurantes, relação que sempre foi direta e de proximidade. Com os aplicativos como intermediários, os clientes passam a ser dessas empresas e não de quem está fornecendo o alimento. Isso faz com que os restaurantes entrem numa concorrência com os aplicativos e crie dificuldade de bares e restaurantes formarem equipe de logística, com seus próprios motoqueiros. Além disso, os próprios motoboys também reclamam por conta da questão da transparência dos pagamentos e dos valores da taxa de entrega dos aplicativos”, pontua Alexandre Sampaio, presidente da FBHA.

 

Concorrência desleal

 

O alto índice de pedidos nesses aplicativos, muitas vezes, se deve ao fato de que pratos completos são oferecidos por valores mais baratos do que em estabelecimentos físicos. A prática é considerada ilegal e é conhecida como dumping, que consiste na venda de produtos e/ou serviços por preços abaixo do seu valor justo para eliminar a concorrência. Isso sem mencionar que, por meio desses aplicativos que parecem facilitadores, cada vez surgem as “dark kitchens”, que são conhecidas como restaurantes fantasma ou restaurante virtual. Na prática, são estabelecimentos de alimentação que oferecem apenas comida para viagem.

 

“Para poder vender com segurança alimentar são necessários diversos recursos, que geram custos. Muitas das empresas não passam por fiscalização e nem tampouco cumprem com essas normas, o que gera uma concorrência desleal com os restaurantes físicos ou aqueles que possuem delivery próprio, assim como as empresas que não emitem notas fiscais”, finaliza Sampaio.

 

O impacto dos aplicativos no Brasil

 

De acordo com um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), dos 4,4 milhões de trabalhadores do setor de transporte no Brasil, 1,4 milhão são entregadores e motoristas de aplicativos.

 

No Ifood, o principal aplicativo de food delivery do Brasil, tem cerca de 410 mil entregadores. Desse número, 160 mil são entregadores cadastrados na própria plataforma, ou seja, estão aptos a receber pedidos dos clientes do plano Entregas, e 250 mil são cadastrados fixos dos restaurantes. Atualmente, a empresa está disponível em mais de 1,7 mil municípios do Brasil.

 

Sobre a FBHA – A Federação Brasileira de Hospedagem e Alimentação (FBHA) é uma entidade sindical patronal constituída com a finalidade de coordenação, defesa administrativa, judicial e ordenamento dos interesses e direitos dos empresários da categoria e atividades congregadas. Integra a chamada pirâmide sindical, constituída pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), pela própria FBHA, pelos Sindicatos e pelas empresas do setor.

É uma das maiores entidades sindicais do país e tem representação nos principais órgãos, entidades e conselhos do setor empresarial e turístico do Brasil, tais como o Conselho Nacional de Turismo (CNT), do Ministério do Turismo, ou o Conselho Empresarial do Turismo (Cetur) da CNC. Está presente em todas as regiões, através de 67 sindicatos filiados. Representa em âmbito estadual e municipal cerca de 940 mil empresas, entre hotéis, pousadas, restaurantes, bares e similares.

ASSESSORIA DE COMUNICAÇÃO – FBHA

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